A Psicologia e suas múltiplas Abordagens

A psicologia, enquanto ciência do comportamento e dos processos mentais e psíquicos, possui diversas abordagens teóricas que tentam compreender e explicar a complexidade da psique humana e suas manifestações.

Cada abordagem tem suas próprias teorias, métodos e intervenções, oferecendo perspectivas distintas sobre o funcionamento psicológico.

A seguir, algumas abordagens psicológicas existentes e uma definição suscinta de cada uma delas:

1. Psicanálise freudiana: Fundada por Sigmund Freud, esta abordagem foca nos processos inconscientes que influenciam o comportamento. A psicanálise acredita na existência de impulsos, desejos e conflitos internos que são, muitas vezes, reprimidos e que podem manifestar-se através de sintomas.

2. Psicanálise junguiana: Fundada por Carl Gustav Jung, é também conhecida como Psicologia Analítica e enfatiza a importância da psique, do inconsciente individual e coletivo e do processo de individuação, onde o indivíduo se tornaria ele próprio, integrando ao máximo as predisposições contidas em sua essência, para o pleno desenvolvimento de uma personalidade única e total . Ela se distingue da psicanálise freudiana, por uma noção diferenciada e abrangente da libido, além da função transcendente, que busca compensar as unilateralidades do ser.

3. Teoria cognitivo-comportamental (TCC): Esta perspectiva estuda os processos mentais como percepção, memória, resolução de problemas e tomada de decisões. Aaron Beck e Albert Ellis são dois dos principais nomes associados à terapia cognitiva, que se concentra em identificar e modificar pensamentos distorcidos. Ela se fundamenta na crença de que o afeto e o comportamento de um indivíduo são em grande parte determinados pelo modo como ele estrutura o mundo em sua mente.

4. Humanista: Representada por figuras como Carl Rogers e Abraham Maslow, esta abordagem atua no potencial humano para o crescimento e auto-realização. Valoriza a experiência subjetiva, a busca pelo significado e a capacidade intrínseca de cada indivíduo de se autodesenvolver.

5. Fenomenológico-existencial: Essa psicologia é uma forma de se pensar o mundo, surgida na filosofia, o "ser-no-mundo". O movimento surgiu na Europa, após as grandes guerras e tem vários pensadores que contribuíram para sua consolidação. No geral, os seus fundamentos teóricos surgem pela expressão de filósofos como Kierkegaard, Husserl, Heidegger, Merleau-Ponty e Sartre.

6. Gestalt-terapia: Esta abordagem possui sua ênfase na responsabilidade de cada ser, na experiência individual do momento atual, o "aqui e agora", no relacionamento psicoterapeuta-consulente e na autorregulação e ajustamento criativos do indivíduo, levando em conta sempre o meio ambiente e o contexto social, que constituem o ser de um modo geral. A teoria foi desenvolvida pelos teóricos Fritz Perls, Laura Perls e Paul Goodman entre as décadas de 1940 e 1950.

7. Terapia Corporal Reichiana: Essa abordagem estuda o ser humano em seu aspecto somatopsicodinâmico, onde o corpo, a mente e a energia são tratados em seu conjunto e em sua relação funcional. A primeira escola que buscou fazer essa relação mente-corpo foi a de Wilhelm Reich (Orgonomia ou Análise Reichiana). A partir de Reich, várias outras escolas também passaram a direcionar seus trabalhos em busca dessa interação mente-corpo-energia-emoção.

Cada uma dessas abordagens oferece uma lente única através da qual podemos observar e compreender a mente e o comportamento humanos. Ao longo do tempo, as abordagens têm se complementado, desafiado e enriquecido umas às outras, contribuindo para o campo diversificado e multifacetado que é a psicologia contemporânea.